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CAPÍTULO 3: Dilemas na Integração de Fluxos — Superando os Desafios da Conexão entre Portfólios de Projetos

  • Foto do escritor: Rafael Evangelista
    Rafael Evangelista
  • 19 de out. de 2024
  • 4 min de leitura

Neste terceiro capítulo, quero compartilhar um dos maiores desafios que enfrentei na gestão de projetos de construção: a integração dos fluxos de trabalho entre os portfólios da incorporadora e da construtora. Durante a implementação do BIM na MAC, percebi que essa integração é crucial para garantir eficiência, evitar retrabalhos e otimizar o controle de custos e prazos. Embora a incorporadora e a construtora façam parte da mesma organização, cada portfólio tem focos distintos, e harmonizá-los foi essencial para o sucesso. O portfólio da incorporadora na MAC inclui subportfólios como novos negócios (com o programa de aquisição de terrenos), o subportfólio de produto (com o programa de desenvolvimento de produtos) e o subportfólio comercial (englobando marketing e vendas). Já o portfólio da construtora é composto pelos subportfólios de engenharia (com o programa de gestão de obras), planejamento (com o programa de planejamento de obras) e orçamentos (com o programa de orçamentos e custos). Além disso, os subportfólios de qualidade, projetos executivos e assistência técnica atuam na transição entre ambos, garantindo que os fluxos de trabalho estejam sempre alinhados. Caso queira entender mais detalhadamente esses fluxos de processo. Se inscreva no Webinar BIM 360. 1. A Desconexão entre Incorporadora e Construtora

No mercado, é comum ver uma desconexão entre incorporadora e construtora, com problemas de comunicação, retrabalhos e custos adicionais. No entanto, na MAC, como ambas as áreas fazem parte da mesma organização, conseguimos facilitar a integração dos processos. No entanto, as diferenças de foco permanecem: a incorporadora está mais voltada para o produto final e os aspectos comerciais, enquanto a construtora foca em custos e prazos.

Para que isso funcione, a qualidade do processo é gerida pelos subportfólios de projetos executivosqualidade e assistência técnica, que conectam a visão estratégica da incorporadora à execução pela construtora. Dessa forma, asseguramos que as diretrizes comerciais sejam aplicadas na execução, mantendo a qualidade e eficiência desejadas.


2. A Importância de Informações Consolidadas e Acessíveis

Um dos principais desafios que enfrentamos foi consolidar as informações entre os portfólios. Sem uma fonte única de dados, há o risco de inconsistências e retrabalhos. Para resolver isso, implementamos um CDE (Common Data Environment).

Aqui na MAC, escolhemos o Monday como plataforma de integração de dados. Isso nos permite consolidar todas as informações em um único local, facilitando o acesso tanto para a incorporadora quanto para a construtora. Isso inclui cronogramas, orçamentos e documentos técnicos, permitindo que as etapas de coordenação e análise entre os portfólios fossem feitas de forma integrada e em tempo real.

Monday não apenas centralizou as informações, mas também acelerou a tomada de decisões com base em dados precisos, melhorando a comunicação entre as equipes e integrando os fluxos de trabalho.

3. Dilemas da Integração de Portfólios: Visão Global x Visão Local e a Curva MacLeamy

Embora a integração tenha sido facilitada pela estrutura organizacional da MAC, ainda enfrentamos desafios relacionados às diferentes perspectivas de cada área. A incorporadora tem uma visão global, focada no desenvolvimento do produto e no impacto estratégico, enquanto a construtora tem uma visão local, centrada na execução, prazos e controle de custos.

Para mitigar esses conflitos, o BIM foi essencial, permitindo que ambas as áreas trabalhassem com as mesmas informações e de forma colaborativa. Essa colaboração antecipada entre as equipes reflete diretamente na Curva MacLeamy, que explica como decisões tomadas nas fases iniciais podem ter um impacto significativo na redução de custos e mudanças ao longo do projeto.


Curva MacLeamy mostra que, ao investir mais tempo e esforço nas fases iniciais, como o estudo preliminar e o anteprojeto, podemos evitar problemas na fase de construção, onde o custo das mudanças é muito maior. Na MAC, ao integrar as equipes da construtora desde o início, conseguimos aumentar a nossa capacidade de impactar positivamente o cronograma e os custos, conforme a curva sugere.

Por isso, buscamos envolver as equipes de execução desde as primeiras etapas, garantindo que as decisões fossem bem embasadas, o que resultou em maior eficiência e menos retrabalho nas fases subsequentes.

4. Fluxo de Informações no Portfólio da Incorporação

O portfólio da incorporadora é focado em garantir que as decisões das fases iniciais sejam transmitidas de forma clara para as equipes de execução. O subportfólio de novos negócios, com o programa de aquisição de terrenos, inicia o processo, enquanto o subportfólio de produto, com o desenvolvimento de produtos, define as especificações nas fases de estudo preliminar e anteprojeto. O subportfólio comercial cuida de marketing e vendas, preparando o produto para o mercado.

Integrar essas informações com o portfólio da construtora foi fundamental para garantir que a execução seguisse as diretrizes estabelecidas desde as fases iniciais.

5. A Conexão entre Projetos com o Uso do BIM

BIM foi a chave para conectar todos esses subportfólios de forma eficiente. Ao centralizar as informações, conseguimos garantir que as equipes tivessem acesso a dados precisos e atualizados, o que reduziu significativamente o risco de erros e retrabalhos durante a execução.

Além disso, o uso do BIM permitiu que problemas fossem identificados de forma antecipada, evitando que falhas chegassem à fase de construção, onde o custo de correção é muito maior. Isso garantiu que a execução fosse mais eficiente, alinhada com as expectativas comerciais e operacionais.

Conclusão

A integração dos fluxos de trabalho entre a incorporadora e a construtora é um dos grandes desafios da gestão de projetos de construção. Na MAC, conseguimos superar esse obstáculo com o uso do BIM e do CDE (Monday), que nos permitiram uma comunicação mais eficaz e uma centralização de dados. A chave foi alinhar as visões estratégicas e operacionais desde as fases iniciais, como mostra a Curva MacLeamy.

No próximo capítulo, discutirei a importância de uma comunicação eficaz entre as equipes e como isso pode otimizar ainda mais os processos, mantendo todos os envolvidos no mesmo caminho. Além disso, aprofundarei a análise da Curva MacLeamy, mostrando como as decisões nas fases iniciais influenciam diretamente o sucesso do projeto durante sua execução.


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