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CAPÍTULO 5: Reflexões sobre a Implantação do BIM e a Evolução na Cultura de Processos

  • Foto do escritor: Rafael Evangelista
    Rafael Evangelista
  • 3 de nov. de 2024
  • 5 min de leitura

Atualizado: 12 de dez. de 2024

Nos capítulos anteriores, exploramos os desafios de comunicação e integração entre as equipes e a importância de estruturar processos utilizando protocolos como o BCF e o IDS. Esses elementos são essenciais para garantir a fluidez e eficiência do projeto. Neste quinto capítulo, reflito sobre os primeiros passos da implantação do BIM na MAC e como esse processo impulsionou a criação de uma cultura de processos, promovendo uma mudança significativa na forma como abordamos nossos projetos.

1. Primeiros Passos: Estabelecendo as Bases do BIM

A implementação do BIM na MAC teve como objetivo central transformar nossa estrutura de trabalho para integrar informação e controle em cada fase do projeto. Desde o princípio, a ideia era utilizar o BIM não apenas como uma ferramenta de modelagem 3D, mas como uma metodologia de gestão da informação que conectasse todas as etapas, desde a prospecção de terrenos até a entrega do ativo.

Compreendíamos, porém, que os primeiros requisitos de informação poderiam apresentar falhas conceituais, pois estávamos em uma fase inicial de implementação e ainda lidando com questões fundamentais. Enfrentamos desafios, como a dificuldade de estabelecer um fluxo contínuo de informações conforme recomendado pela ISO 19650, as limitações do IFC com parâmetros que nem sempre estavam bem estruturados e a falta de detalhes em nosso BEP (BIM Execution Plan) pré-contratual, que ainda não abrangia todas as necessidades específicas de cada etapa.

Sabíamos que, em vez de buscar uma suposta perfeição inicial, precisávamos adotar uma abordagem de melhoria contínua. Cada entrega e cada fase foram oportunidades de aprendizado e aprimoramento, permitindo que o BIM se consolidasse de forma progressiva e realista. A cada etapa, revisávamos e aprimorávamos nossos processos, integrando as lições aprendidas para fazer com que a metodologia evoluísse conforme as necessidades da MAC. Esse enfoque nos permitiu construir uma estrutura de dados que se tornava mais integrada e funcional a cada passo, adaptando-se às especificidades de cada projeto.

Definimos então quais seriam os requisitos de informação essenciais para cada fase e estabelecemos uma base de dados parametrizada desde as etapas iniciais. Essa estrutura nos permitiu que as fases embrionárias dos projetos atendessem tanto aos requisitos técnicos do BIM quanto aos objetivos estratégicos da organização. Dessa forma, as decisões tomadas nas etapas iniciais refletiam diretamente as necessidades da MAC, minimizando ajustes tardios e criando uma linha de continuidade que seguia as diretrizes da ISO 19650.

2. Evolução e Estruturação da Cultura de Processos

A implantação do BIM foi mais do que uma mudança de metodologia; ela impulsionou o desenvolvimento de uma cultura de processos na MAC. Percebemos que o sucesso do BIM dependia tanto da tecnologia quanto do comprometimento das equipes em adotar práticas colaborativas e integradas.

Cada departamento — da incorporação à construção — precisou ajustar suas rotinas para alinhar-se aos novos protocolos BIM. A criação de pacotes de entregas estruturados e checkpoints em fases estratégicas tornou-se uma parte fundamental do planejamento. Além disso, o uso de um CDE (Common Data Environment) nos permitiu centralizar a comunicação e os dados de forma acessível e padronizada, transformando o fluxo de informações em um processo contínuo e integrado.

Essa estruturação constante e colaborativa possibilitou que cada fase do projeto fluísse com mais segurança, garantindo que as informações fossem disponibilizadas no momento certo e eliminando problemas de falta de dados e retrabalhos. A mudança cultural foi perceptível em cada equipe, pois o alinhamento entre incorporadora, projetos executivos e construtora se tornou um diferencial que promoveu mais eficiência e transparência ao longo de cada fase do projeto.

3. Ferramentas e Protocolos de Apoio: Integração e Controle

Desde as primeiras trocas de informações realizadas por meio de comentários em arquivos Google (como Docs e Sheets) ou com rev clouds no AutoCAD, até o uso mais avançado de protocolos como o BCF e o IDS, observamos uma evolução significativa nos processos de comunicação. Gradualmente, construímos uma base de comunicação mais sustentável, onde cada etapa e troca de dados estavam mais organizadas e acessíveis.

O BCF e o IDS foram fundamentais para estruturar nossas interações de forma padronizada e rastreável, permitindo que cada issue, comentário ou ajuste fosse registrado, documentado e direcionado aos responsáveis de maneira organizada. Esses protocolos funcionaram como uma base sólida que centraliza as informações necessárias, eliminando o risco de perda de dados ao longo do projeto.

Como destacou William Formigoni em um de seus artigos, “se você vai trabalhar em BIM, precisa gerenciar, controlar, verificar e organizar a informação do seu projeto. Até mesmo se não for usar BIM. Ter total controle sobre seus dados e informações permite que sua empresa não fique presa à capacidade das ferramentas, mas possa extrair o máximo de cada uma e integrar os benefícios de todas elas”acesse aqui o artigo】. Esse controle é essencial para que o fluxo de dados permaneça ...claro, acessível e sustentável ao longo de todas as fases.

Com o uso do Monday como CDE, estruturado com as premissas dos protocolos BCF e IDS, conseguimos centralizar as informações e fazer com que a comunicação fluísse de maneira natural dentro dos próprios processos. Essa configuração não só integrou as equipes, mas também transformou a troca de informações em uma prática contínua e eficaz, onde o monitoramento de cada etapa se torna parte essencial do desenvolvimento do projeto.

A adoção dessas ferramentas e protocolos fortaleceu nossa capacidade de controlar prazos e qualidade, consolidando uma comunicação padronizada e documentada que apoia as decisões em cada fase.

4. Consolidando o Fluxo de Trabalho e a Colaboração Contínua

Com a metodologia BIM e o CDE como pilares, consolidamos um fluxo de trabalho colaborativo onde a troca de informações e as revisões são feitas em tempo real. As equipes passaram a utilizar o modelo BIM não apenas como referência visual, mas também como uma fonte central de dados, onde questões, ajustes e decisões são registradas e acompanhadas de maneira padronizada.

A integração das ferramentas de comunicação diretamente no processo trouxe naturalidade para as interações e permitiu que o fluxo de informações fluísse com o mínimo de atrito. Essa evolução na estrutura de comunicação e processos se traduziu em um controle mais eficaz sobre prazos e qualidade, fortalecendo nossa capacidade de monitorar o desenvolvimento do projeto com precisão.

Conclusão e Próximos Passos

A implantação do BIM na MAC foi um marco que ajudou a construir uma cultura de processos estruturados e integrados, onde a informação circula de forma contínua e todos os envolvidos no projeto participam ativamente da evolução das etapas. As primeiras iniciativas, como a parametrização de dados nas fases iniciais e o uso de protocolos como o BCF e IDS, formaram a base para uma mudança significativa na maneira como gerimos nossos projetos.

No próximo capítulo, continuaremos a explorar a evolução dos processos com BIM, detalhando como a análise de indicadores de desempenho e a gestão da qualidade passaram a ser integradas de forma mais precisa ao ciclo de vida do projeto. Acompanhe para entender como essas práticas estão ajudando a MAC a melhorar continuamente seu desempenho e a alcançar resultados cada vez mais consistentes.

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