CAPÍTULO 2: Estruturação de Processos — A Base para uma Gestão de Projetos Eficiente

Dando continuidade à série de artigos sobre a implementação do BIM nos processos de gestão de projetos, este segundo capítulo foca na importância da estruturação de processos como o alicerce fundamental para o sucesso de qualquer iniciativa de transformação digital, especialmente quando se trata da metodologia BIM.

A estruturação de processos é o passo inicial para garantir que o BIM funcione como uma ferramenta estratégica e não apenas como um software de modelagem. Sem processos claros, bem definidos e alinhados com as necessidades do projeto e da organização, o BIM corre o risco de ser subutilizado ou implementado de forma fragmentada.

1. Gestão Baseada em Processos: O Caminho para a Eficiência

Quando falamos sobre a gestão de projetos, é comum vermos uma abordagem mais tradicional, focada em tarefas e cronogramas isolados. No entanto, essa abordagem pode criar lacunas, onde equipes trabalham de forma desconexa, levando a inconsistências e falta de controle. A gestão baseada em processos, por outro lado, coloca o fluxo de trabalho no centro da operação. Cada etapa está conectada a outra, e o sucesso depende de como essas fases se integram.

Durante a implementação do BIM na MAC, estruturamos um fluxo de trabalho orientado por processos para garantir que cada fase do projeto estivesse interligada de maneira eficiente. Isso nos permitiu estabelecer uma gestão integrada, onde informações e decisões fluem de forma contínua, minimizando retrabalhos e garantindo maior controle.

2. BIM e a Estruturação de Processos na Prática

A chave para uma implementação bem-sucedida do BIM está na capacidade de estruturar os processos antes de incorporar a tecnologia. Quando estruturamos a gestão de projetos da MAC, o foco foi estabelecer padrões e diretrizes para cada etapa do processo. O BIM foi inserido como uma ferramenta para potencializar essa estrutura, não para substituí-la.

A ISO 21500 oferece uma visão detalhada sobre como estruturar os processos de gestão de projetos, e isso deve ser integrado com as normas da ISO 19650 para gestão da informação com BIM. Com isso, garantimos que cada entrega de informação dentro do ciclo de vida do projeto estivesse conectada e organizada dentro dos planos de entrega, como o Master Information Delivery Plan (MIDP) e o Task Information Delivery Plan (TIDP).

3. A Estrutura de Gestão de Projetos da MAC como Exemplo

Um exemplo prático da importância dessa estruturação foi a própria evolução da gestão de projetos na MAC. Ao definir uma estrutura clara de processos, conseguimos garantir que tanto a incorporadora quanto a construtora tivessem seus fluxos de trabalho alinhados. Um dos maiores desafios do mercado é a falta de controle entre essas duas partes, o que geralmente resulta em atrasos, aumentos de custo e problemas de qualidade. Na MAC, esse cenário foi superado por meio de uma gestão integrada de processos, onde a colaboração e a transparência foram priorizadas.

4. Aumentando a Previsibilidade e Reduzindo Riscos

Ao estruturar processos de forma clara e padronizada, o BIM passa a ser uma ferramenta que não só visualiza o projeto, mas também oferece previsibilidade. Isso significa que as equipes podem antecipar problemas, identificar gargalos e corrigir erros antes que eles se tornem críticos. Um fluxo de processos bem definido permite que o BIM atue como um facilitador, assegurando que todas as etapas sejam executadas com base em dados concretos e previsíveis.

5. Próximos Passos: Implementação Gradual e Monitoramento Contínuo

A estruturação de processos não é um esforço único; ela precisa ser revisada e ajustada ao longo do tempo. À medida que novas tecnologias, como o BIM, são integradas, é essencial monitorar continuamente o desempenho dos processos e ajustar os fluxos conforme necessário. O uso de indicadores de desempenho e relatórios contínuos facilita essa melhoria contínua.

Conclusão

A estruturação de processos é o primeiro grande passo para uma gestão de projetos eficaz com BIM. Profissionais que buscam implantar o BIM em suas organizações devem começar mapeando os processos, garantindo que cada etapa esteja clara e conectada. Somente com uma base sólida de processos, o BIM pode entregar seu verdadeiro valor — integrando informações, otimizando fluxos de trabalho e garantindo uma gestão de projetos eficiente e colaborativa.

Nos próximos artigos, continuarei a explorar como a integração de fluxos e a comunicação entre equipes são cruciais para maximizar o potencial do BIM.