AltoQi Builder x Revit - Quais softwares eu recomendo para escritórios que querem adotar o BIM - Review 03
- William Formigoni
- 8 de fev.
- 7 min de leitura
Nesse artigo eu quero abordar software de instalações hidráulicas e elétricas. Apesar de eu também passar pelos aspectos de BIM pois é o assunto principal dessa newsletter, também vou abordar alguns assuntos relacionados a de fato resolver o projeto de instalações. Vou também fazer uma comparação com uma ferramenta muito usada para resolver o mesmo problema, o Revit e explicar porque o QiBuilder está vencendo a disputa.
As avaliações que vou colocar aqui são de minha autoria e são minhas impressões de usuário ao longo de anos. Independente se as opiniões aqui induzam os leitores a preferirem ou não algum software eu quero sempre manter elas o mais claro possível conforme a avaliação real que faço.
Lembrando novamente o cenário para os artigos de review: escritórios de desenvolvimento de projetos complementares que querem incluir o BIM em suas rotinas.
Eu gostaria de explicar ao leitor por que acredito que possuo legitimidade para fazer essa avaliação: eu já projetei, por mim mesmo, as disciplinas de estrutura, fundação, hidráulica, incêndio, elétrica baixa tensão e ar condicionado. Eu já coordenei também todas essas disciplinas, em todas eu usei mais de uma ferramenta diferente e participei do processo produtivo do projeto de início ao fim, da concepção a entrega completa de documentação. Além disso, já realizei o mesmo processo na metodologia Cad e BIM. Atuo gerenciando uma equipe de projetos e sou sócio de uma empresa de tecnologia que cria produtos para construção civil. Isso me dá uma posição favorável de enxergar muitos aspectos relacionados a softwares de produção de projetos.
Projetos de instalações, o processo produtivo
Antes de mais nada, os aspectos do software QiBuilder que vou falar sobre, se limitam às disciplinas de instalações hidrossanitárias e instalações elétricas.
Nas hidrossanitárias estão compreendidas as seguintes áreas de conhecimento: água quente e fria, gás combustível, incêndio, e na parte de instalações elétricas está compreendido elétrica de baixa tensão. Essa delimitação é importante pois são as áreas de conhecimento que eu e os profissionais que coordeno utilizam diariamente para resolver problemas reais.
Um projeto de instalações inicia-se por um briefing junto ao cliente, seja por meios de checklist ou reuniões ou ambos. O engenheiro deverá fazer o seu estudo preliminar e conceber o sistema. Até aqui, boas planilhas e análises paramétricas são suficientes para produzir um bom estudo, pois nessa concepção inicial o projeto não necessita de desenhos complexos ou modelos IFC.
Anteprojeto ao Executivo
Independente do nome que se dê a estas fases, é o momento de materializar a concepção em documentação, seja documentos DWG ou um modelo IFC, e é aqui que o software entra em jogo.
O engenheiro deverá de fato desenhar, modelar, calcular o desenho e recalcular. Aqui existe um processo iterativo em que a experiência do engenheiro acelera o processo caso o lançamento inicial da rede e dispositivos seja feito de forma acertiva, mas ainda sim há um limite para essa aceleração, ela apenas irá poupar alguns passos antes da convergência de um bom resultado.
Eu nunca vi um projeto nosso e meu mesmo em que uma rede lançada não precisou ser recalculada para otimizar ou melhorar algo que estava ruim. Isso é inerente ao processo de elaboração do projeto, um projeto não nasce pronto na cabeça do engenheiro. O software serve para validar a concepção do engenheiro e agilizar (e muito) o processo iterativo e repetitivo de identificar problemas, modelar a solução, reverificar e repetir, até convergir a um resultado bom.
Lembre-se que o atendimento às normas é necessário e alguns dos principais fatores para o trabalho é o respeito as pressões mínimas e máximas, respeito a limites de contribuição, e até mesmo limites físicos a partir de caimentos.
Todas as restrições que são impostas a um projeto, desde as legais e regulamentares até às de produto e limites físicos, demandam propostas de solução e validação. Esse processo é inerentemente repetitivo e cansativo se for feito manualmente, sem falar dos erros que podem ocorrer.
Os softwares lideres de mercado possuem verificações internas relacionadas às principais restrições relacionadas a projetos reais, de forma paramétrica, como checagens normativas e checagens relacionadas a otimizações.
Como o QiBuilder se difere do Revit nesse quesito? Eu vou explicar isso sem falar de QiBuilder e Revit primeiro.
Eu acredito você conheça o Excel. E também acredito que por acaso já tenha conhecido o Canva. Canva é uma plataforma de design livre e muito boa pra fazer imagens.
Agora imagine que você precisa produzir uma planilha e apresentar ela. Ela possui cálculos complexos que alteram tudo e são sensíveis à menor variação nas condições iniciais. O Excel resolve isso que nem sente, mas pra apresentar a planilha você tem que “dar um tapa” nela, deixar bonita, clara, títulos margens etc. Deixar o Excel bonito é uma habilidade.
No Canva, você teria que desenhar a planilha e deixar a planilha bonita é bem mais fácil que no Excel, mas se você tiver que mudar os valores, vai ter vontade de morrer. Sem contar que você deverá montar os valores dos resultados dos cálculos e a planilha a mão. Qual a conclusão lógica? O Canva é bem mais útil pra apresentar o dado e informações de forma bonita e agradável e será péssimo para rever e recalcular os dados, mas com algum trabalho é possível com o Excel atingir um resultado muito satisfatório e tornar o processo de recálculo e verificação rápido e indolor.
Entende como nessa história o QiBuilder é o Excel e o Revit é o Canva?
“Mas William, tem plugin pro Revit e tem o dynamo pra fazer hidráulica”
Ora, se você tiver uma Ferrari você consegue fazer carreto numa empresa de mudança? Até dá sim, especialmente se for uma vez só. Mas se você montar uma operação pra você viver de fazer carreto você não vai usar a Ferrari ou outro carro esportivo, ele não foi feito pra isso. Você vai preferir usar um carro adequado para esse tipo de trabalho, que tenho um custo eficiente e seja otimizado para a operação em que é aplicado.

Revit com plugin de instalações é uma Ferrari fazendo carreto.
Pode ser eficaz se usado certo mas definitivamente não é eficiente. Repare que eu disse eficiente e não eficaz. Eficácia é atingir um objetivo. Eficiência é atingir ele consumindo menos recursos em relação a alguma outra forma de atingir o mesmo objetivo.
Cada atividade possui uma ferramenta ótima. Cada ferramenta atende um problema específico. O QiBuilder é a ferramenta ótima para resolver os problemas dos processos de produção de projetos de instalações e o Revit não é!
Agora vamos ao quesito de produção da documentação do projeto. Entenda documentação como a emissão de fato dos PDFs, DWGs, IFCs e qualquer outra forma de arquivo que materializa a informação entregue do projeto. Aqui existe uma boa discussão. Já vi escritórios que elaboram o projeto por outros meios e pagam um terceiro para modelar no Revit para produção de uma documentação bem detalhada, bonita e clara ou mesmo apenas do modelo IFC. Uma boa documentação faz parte de um bom projeto com certeza.
Ora, não seria conveniente ter uma ferramenta que faz ambos? Com certeza. Aqui é onde o QiBuilder está evoluindo a passos largos e muito largos mesmo.
Lembro que quando utilizei pela primeira vez foi em 2018 e ainda existia um certo atrito em gerar folhas e boas vistas de modelos que honestamente não produziam um resultado tão satisfatório em termos de o projeto ficar bem apresentado. A informação técnica estava ali, mas poderia ficar mais clara e/ou mais bonita.
De lá pra cá a evolução que houve no QiBuilder nesse quesito foi surpreendente e o software está muito próximo do nível de um modelador como o Revit em termos de produção da documentação do projeto.
Existe ainda o campo de discussão do modelo IFC onde deve ser exportado seguindo as especificações corretas de OpenBIM, trazer e permitir editar dados suficientes pra que o software possa ser usado num processo de produção de projetos dentro da metodologia BIM.
Apesar eu advogar a favor do QiBuilder nesse aspecto também, pois ele está atendendo a tudo que precisamos nisso, quero deixar aqui que o relato mais recente que ouvi foi do Rafael Evangelista da Mac onde através de uma parceria com o projetista de instalações que utiliza QiBuilder, puderam otimizar o processo de elaboração do modelo IFC e ganhar alguns meses na cotação de instalações para a obra. Se gerar resultado no mundo real não for quesito de provar eficiência, não sei o que é.
Abaixo existem alguns gráficos que refletem minha percepção da evolução do QiBuilder. A fonte dos dados é minha impressão da evolução do software ao longo do tempo:


Os números em si representados não são importantes, mas a grandeza mostrada na evolução que é. Hoje vejo o software QiBuilder muito mais capaz em atender todas etapas de produção de um projeto do que há 7 anos quando comecei a usar, especialmente no quesito BIM e ainda sim ser capaz de entregar documentação de projeto bem estruturada e de forma eficiente.
Vamos ao BIM
Sabe-se bem que durante muito tempo e ainda para muitos profissionais, o BIM é sinônimo de Revit e Autodesk.
Apesar de o Revit ser uma ferramenta excelente para ser integrado a um processo Bim em algumas etapas, ele não passa de uma simples ferramenta que não resolverá nada sozinho. Aqui o leitor pode se questionar:
“Mas e o QiBuilder também não seria igual então”.
Não!
O BIM é a modelagem da informação, que está muito além de padronização de famílias. Um software que é capaz de produzir um projeto num processo produtivo coeso será muito melhor para ser integrado num processo com objetivos BIM. Aqui é importante diferenciar uma coisa. Estou falando de eficiência pois os 2 softwares já atingiram o mesmo nível de eficácia.
Em termos de eficiência, possuir o modelo IFC correspondente à solução de engenharia modelada num software sem depender de um esforço de modelagem que nada tem a ver com o projeto em si, vale muito para uma operação sustentável.
Para quem está procurando informações específicas: o QiBuilder permite fazer Psets personalizados e aplicados a vários objetos, personalizar cor e atributos de elementos, criar peças, geometria personalizada, edição em massa, filtros, visualização do IFC e vínculo com IFC externo, compatível com notas BCF. As principais vertentes necessárias que um projetista de instalações estará envolvido o software entrega. É por isso que pra mim é hoje a ferramenta necessária para escritórios de instalações que querem trabalhar com eficiência e principalmente em BIM. Pode-se ver facilmente que a lista de recursos do software já se faz suficiente para atender o processo em BIM de qualquer organização que possua um processo.
As demais capacidades do sofware e os detalhes estão disponíveis no site do QiBuilder.
Por fim, resumindo a comparação, na minha opinião:
Se você quer ter um processo de produção de projeto de instalações e também quer conseguir trabalhar na metodologia BIM, utilize o QiBuilder
Para quem não viu as reviews anteriores, elas estão nos links abaixo:
https://www.linkedin.com/pulse/quais-softwares-eu-recomendo-para-escrit%C3%B3rios-que-querem-formigoni-ju04f/ https://www.linkedin.com/pulse/visualizador-ifc-quais-softwares-eu-recomendo-para-que-formigoni-mvftf/ https://www.linkedin.com/pulse/visualizador-ifc-review-02-parte-2-quais-softwares-eu-formigoni-2su9f/ https://www.linkedin.com/pulse/visualizador-ifc-review-02-parte-3-quais-softwares-eu-formigoni-siu7f/
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